quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Taturana

Taturana é como um fogo,
sobe e sobe pelo corpo.
Rasteja e rasga a minha roupa,
faz a pele virar chama
esfrega e morde, Taturana,
tanto mata quanto ama a minha dor.

Taturana em meu pescoço,
sobe e sobe pelo corpo.
Não sinto mais o verde tato
no frenesi de teus estragos.
Ferrão da fêmea mata e fica
e incha e cresce um bicho torto da minha dor.

Taturana rastejante,
Taturana esfrega e range
dentes brancos venenosos
que traem teus tão tristes olhos;
impiedosa , molha e gruda
e queima e fura a minha nuca e espalha então a nossa dor.

Taturana me dá arrepio,
Taturana está no cio.
Fecho olhos ao teu violeta,
Taturana do fogo triste.
Mas Taturana insiste e insiste,
até que aflora em Borboleta!

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