quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Perdoe-se por ter que perdoar-se.

Perdão ao que não é amor e ao amor que ainda me falta.
Perdão pela própria feiúra antes de ser amado.
Perdão pela própria miséria para ser recompensado.
Perdão pela própria mesquinhez quem quer fartura.
Perdoe o sapo que se engole e a risada que se fecha.
Perdoe a raiva que rejeita senão torna-se bondade dissimulada e insensível.
E perdoe essa bondade senão se torna a única nobre verdade.
E perdoe isso também senão serão excessivas máscaras e você se perderá e doirá.
Mas também: perdão por sentir dor, vergonha e revolta e perdoe o mau uso das próprias palavras.
No excesso, na falta delas, na imprecisão, no volume, na solidão que elas podem acabar por nos causar e na tentativa frustrada e prazerosa de provar as suas idéias.

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